O GÁS RADÃO

O QUE É O GÁS RADÃO?

O Radão é um gás radioativo de origem natural, não tem cor nem cheiro, que surge do decaimento do urânio, presente de forma natural na crosta terrestre. Atualmente o Radão é considerado a principal fonte de exposição à radiação natural para os humanos. O Relatório da UNSCEAR ( 2006) estima que, a nível mundial, o Radão constitui cerca de 41,6% da exposição média à radiação natural.

O relatório da UNSCEAR

Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica

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O isótopo mais comum é o 222Rn, com uma semi-vida de 3-8 dias que emana nas rochas e do solo, tende a concentrar-se em espaços fechados como minas subterrâneas, habitações e edifícios.
A desintegração do Radão produz a emissão de partículas alfa, criando produtos de decaimento sólidos como são o polónio, bismuto, chumbo, entre outros que o compõem.
Todos estes componentes radioativos, são os responsáveis dos efeitos nocivos do Radão na saúde humana, pois estes produtos de decaimento, são aderidos no solo ou aos aerossóis atmosféricos, que podem ser inalados e retidos no trato broncopulmonar a diferentes profundidades segundo o seu tamanho, acrescentando o risco de dano do ADN pelo seu carácter radioativo. Estudos epidemiológicos concluíram uma associação direta entre o cancro de pulmão e a exposição continuada a este gás em espaços interiores.

OS EFEITOS NOCIVOS QUE O RADÃO PODE PROVOCAR NA SAÚDE HUMANA

A AGÊNCIA INTERNACIONAL DE PESQUISA DO CANCRO (IARC), inclui o Gás Radão dentro do grupo 1 de Cancerígenos para os seres humanos, entre eles está o tabaco, a exposição à radiação solar, as bebidas alcoólicas e as carnes processadas. Os estudos epidemiológicos, confirmam que o Gás Radão nas habitações ou nos locais de trabalho, aumentam o risco de Cancro de pulmão na população mundial. As pesquisas feitas, não identificam outras consequências ou efeitos que este gás pode provocar na saúde humana. Em muitos países, o Radão é a segunda causa de cancro de pulmão depois do tabaco.É mais provável que o Radão provoque mais cancro em pessoas que fumem ou tenham fumado, do que em pessoas que nunca tenham fumado. No entanto, entre as pessoas que nunca fumaram constitui a principal causa do cancro do pulmão.

A maioria dos casos de cancro do pulmão causados pelo Radão são provocados por concentrações elevadas e muito elevadas. Quanto maior for a concentração, maior é a probabilidade de contrair cancro.

SABER SE ESTÁ EXPOSTO E COMO DEVERÁ AGIR

A Organização Mundial de Saúde estabelece certas recomendações para controlar o risco colocado pelo rádon no nosso ambiente:

Medir a concentração de Radão em áreas de risco, sob protocolos que garantam a sua exactidão.

Implementar medidas de proteção contra o Radão para novos edifícios e medidas de mitigação para os edifícios existentes.

Avaliar o correto funcionamento das medidas implementadas em termos de concentração de Radão.

ZONAS DE MAIOR CONCENTRAÇÃO

Em Portugal, nomeadamente no norte, existem bastantes zonas onde o Gás Radão está presente. O Instituto Tecnológico Nuclear identificou no mapa de localização do Gás Radão, cerca de 3.500 medições identificadas em todo o país. As características construtivas do parque habitacional e a capacidade do terreno de transportar o Radão, potenciam a sua concentração.
O potencial de Radão depende da capacidade do terreno para gerar e transportar o Radão e as características construtivas do parque residencial. Assim, é possível identificar vários níveis de concentração de Radão em  zonas identificadas como: baixo ou alto risco de exposição à concentração de Radão.

A Avaliação do risco a que está exposto cada indivíduo na sua habitação ou local de trabalho deverá ser avaliada por medições para a determinação da concentração de Radão no ar interior.

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